CRITIQUE, SUGIRA,
OPINE, ESCREVA PARA GENTE:


oscronistas@grupos.com.br


ARQUIVOS

  04/01/2004 - 05/01/2004
  05/01/2004 - 06/01/2004
  06/01/2004 - 07/01/2004
  07/01/2004 - 08/01/2004
  08/01/2004 - 09/01/2004
  09/01/2004 - 10/01/2004
  10/01/2004 - 11/01/2004
  11/01/2004 - 12/01/2004
  12/01/2004 - 01/01/2005
  01/01/2005 - 02/01/2005
  02/01/2005 - 03/01/2005
  03/01/2005 - 04/01/2005
  08/01/2005 - 09/01/2005
  09/01/2005 - 10/01/2005
  10/01/2005 - 11/01/2005
  02/01/2006 - 03/01/2006


BLOG DOS CRONISTAS

  Discutindo Política
  Três Pontinhos
  Projeto Cadmus 


LINKS

  SilvioMed
  Homem Chavão
  Grávido
  Charges
  Desafeto
  Brainstorm#9
  Farsas da Web
  Mario Prata Online
  Dia a Dia

sábado, fevereiro 26, 2005

Trem das Onze


“Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã”
Quem é o paulistano que nunca se pegou cantarolando esse ou qualquer outro pedaço de Trem das Onze? Uma música tão enraizada na memória da minha amada São Paulo que, mesmo falando de um único bairro, foi eleita a música símbolo da cidade. Com letra e música do inesquecível paulistano Adoniran Barbosa, a canção ganhou versões em vozes de sucesso como a de Elza Soares e Baby Consuelo, contudo apenas um grupo conseguiu fazer com que ela entrasse – para nunca mais sair – na memória da maior cidade da América Latina: os Demônios da Garoa.
Ontem o grupo sofreu uma baixa inestimável: Toninho, um dos fundadores do grupo faleceu. O músico já vinha se afastando dos shows devido aos problemas de saúde, mas mesmo assim perde-lo não estava nos planos de nenhum fã do grupo.
Fica aqui meus pêsames ao grupo e a toda a cidade de São Paulo.
Obs.: Como essa é uma crônica de retorno e fora da data que costumo enviar meus textos, ela vai ser mais curta.
Obs2.: Os petistas têm que comemorar, pois estava preparando uma crônica sobre os últimos fatos envolvendo o governo federal para o meu retorno.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Rita


Capítulo XV – Dois anos e um crime depois



Logicamente, Silvana foi condenada pelas duas tentativas de assassinato contra Rita, contudo, mesmo assim, a vida de nossa vereadora não virou um mar de rosas.
Como já foi dito alguns capítulos atrás, a ex-garçonete resolveu se candidatar a deputada, porém, apesar de ter tido uma maravilhosa votação, ela sequer foi diplomada.
Dois anos haviam se passado desde a prisão de Silvana e a ex de Geraldo não havia ficado nem mesmo um dia longe da cela da cadeia, porém algo de muito estranho aconteceu.
Uma semana após a eleição, a nossa heroína (ou anti-heroina, como muitos já disseram) foi encontrada morta em seu apartamento. Pelo menos isso é o que se deduz, pois o corpo foi encontrado em tal estado que seria praticamente impossível fazer o reconhecimento. As mãos e os pés estavam cortados e o que havia sobrado do corpo estava totalmente carbonizado. Sem dúvida fora um crime cruel e, provavelmente, sem precedentes em toda a história desse país.
Quando Geraldo chegou, o delegado Ciro já se encontrava no apartamento e fez ao noivo da vítima todas as perguntas de praxe, como por exemplo se a moça tinha recebido alguma ameaça de morte nos últimos tempos. A resposta para essa e muitas outras perguntas que poderia elucidar o crime foi um simples não.
O que nem Geraldo e nem o delegado Ciro imaginava é que a investigação ganharia um elemento novo graças a descoberta de um jovem policial. Ao entrar no quarto de Rita (o corpo estava na sala) para ver se encontrava alguma pista, o jovem encontrou um bilhete digitado no computador com os seguintes dizeres:
“A garçonetizinha já foi. Os próximos serão aqueles que se juntaram a ela!”
O bilhete tinha sido escrito no computador e, obviamente, não possuía nenhuma assinatura. A letra era de um vermelho bem forte, cor de sangue.
Ao ler o que estava escrito Geraldo engoliu seco. Para ele estava claríssimo que a próxima vítima era ele mesmo. Seu primeiro pensamento foi: “Agora cada noite vai ser mais difícil de dormir do que a outra! Isso é... se o bandido foi piedoso e me deixar viver pelo menos uma noite a mais.”
Sem dúvida cada noite seria mais perigosa do que a outra, não só para Geraldo como também para Mauro e tantos outros que haviam se aproximado de Rita.
Não é necessário nem dizer que a primeira suspeita do delegado Ciro caiu justamente sobre Silvana, contudo essa hipótese apresentava uma pequena falha: a suspeita estava presa e até aquele dia, mesmo tendo se passado dois anos de sua prisão, não recebera nenhuma visita e não passara um dia sequer ser ver o sol nascer quadrado. Como ela poderia comandar esse crime – e outros que provavelmente viriam em breve – de dentro da cadeia? A única chance que haveria de ela ter o mínimo de controle da situação aqui fora era necessário que houvesse ou um funcionário da cadeia aliado a ela ou então que alguma amizade feita na cadeia tenha sido libertada. Esse seria o primeiro passo: descobrir quem eram os amigos de Silvana dentro da prisão.
-- Antes de mais nada você precisa fazer uma coisa, delegado. – disse Geraldo, com uma cara de medo que jamais tinha sido vista
-- Pode falar, meu caro. – Ciro tentava aparentar a maior calma possível, apesar de, em seu interior, estar muito agitado e com medo do que o futuro reservava naquela investigação
-- Eu quero proteção policial. Eu estou com muito medo. Nunca me senti assim. Mas estou com tanto medo que acho que não tenho coragem nem de sair daqui. Para o senhor ter uma idéia ainda nem chorei pela morte da Rita. Nem consigo pensar nisso. Só penso na minha morte.
-- Calma, Geraldo, você pode ficar tranqüilo. Nós vamos dar o máximo de proteção para você. Afinal no bilhete está muito claro que sua vida corre perigo. Geraldo, não posso negar, você é uma vítima em potencial. – o delegado disse isso com um ar de derrota, afinal Geraldo havia se tornado até mesmo um amigo seu e ele não poderia considerar a hipótese de perder um amigo cuja vida estava em suas mãos.
Geraldo ficou calado. Olhava para a janela, como se mirasse o horizonte, contudo a cortina estava fechada. Sem dúvida a pressão e o medo que pairavam sobre aquele homem eram imensuráveis. É possível que outros, em sua situação preferissem se antecipar ao bandido e dar um fim na própria vida vida. Por mais que Geraldo fosse um homem forte essa idéia passou pela sua cabeça mais de uma vez.


Enviado por Gabriel H.