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quarta-feira, junho 30, 2004

Rita


Capítulo IX – Enquanto alguns choram... outros riem


— Nem tudo saiu como esperávamos. – foi assim que o vereador Diniz começou a conversa que já sabia que seria difícil.
Mauro fitou–lhe e indagou o que havia acontecido.Diniz estremeceu na base ai ver o olhar de seu companheiro, entretanto respirou fundo, enxugou o suor, tossiu, engoliu seco e, finalmente, começou a contar a história com a maior riqueza de detalhes possível – como já lhe era peculiar. Contou até mesmo como Rita estava vestida – como se isso fizesse alguma diferença para a história – e para onde olhava a cada palavra pronunciada – esses inúteis detalhes só serviam para deixar Mauro ainda mais nervoso.
Ao ouvir o desfecho da narrativa feita pelo vereador, Mauro fico extremamente revoltado, xingou Diniz de diversos nomes que não seria nem possível transcrever aqui. A todo momento Diniz tentava acalmar o amigo, entretanto era em vão. Segundo Mauro, sua revolta não era nem 10% da reação que sua mãe teria ao saber que todos os esforços em afastar Rita e Geraldo não serviram em nada.
— De que adianta a garçonetizinha sair candidata a vereadora se vai continuar em São Paulo?
— Também não é bem assim. Enquanto estiver preocupada com a campanha ela não terá tempo para se encontrar com seu pai.
— Conheço meu velho. Ele vai querer participar de cada passo da campanha de Rita. Por mais que não goste de política, agora vai começar a gostar.
A conversa terminou por aí. Diniz não tinha nenhum argumento para dar base a sua decisão. Apenas tinha que ouvir os gritos do amigo. Sua maior alegria naquele momento era que não presenciaria o momento em que Silvana descobrisse o futuro político de Rita.
De fato foi uma sorte. Mauro estava absolutamente certo quanto a reação de sua mãe. Assim que Silvana ficou sabendo da notícia não poupou vaso raro de porcelana nem os copos que encontrava pela frente. Tudo foi para o chão, se desfazendo em milhares de pedaços. Quem estava por perto procurou se afastar o mais rápido possível. Se aquela mulher era perigosa mesmo quando calma, nervosa então é melhor nem comentar.
***
Como já diz o título do capitulo, enquanto alguns choram outros riem.
A alegria de Rita era enorme. Nem mesmo no dia que conseguirá o emprego de forma tão surpreendente ficará tão alegre. Contudo maior que a alegria dela somente a do velho José. Quando soube da notícia, além do sorriso – coisa tão rara – José soltou a seguinte frase:
— Se sem poder você já pretendia fazer todo aquele estrago, imagine agora que será importante.
— Estava pensando nisso mesmo quando vinha para casa. Ao invés de "brincarmos" só com o Geraldo, podemos fazer isso com todos da família, a começar por aquela mulher insuportável.
— Você é quem sabe.
— Depois eu decido isso.
Rita preferiu parar a conversa por ali. Já tinha tomado sua decisão e, como sempre, nada a faria mudar. Só resta a nós – vocês leitores e este pobre narrador que vos fala – descobrirmos que tipo de "brincadeira" Rita pretendia fazer.


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, junho 25, 2004

Sobre o que eu escrevo?


Hoje sentei na frente do computador e fiquei olhando para a página em branco do Word. Qual será meu tema de hoje? O último capítulo da novela? Para que escrever sobre isso se não vou acrescentar nada de novo. Não sei quem matou Lineu – apesar de suspeitar da secretária.
Quando desisti de escrever sobre o assassino de Lineu pensei em escrever sobre o Brizola. Entretanto o homem já morreu há um bom tempo e além disso eu nunca simpatizei muito com ele. Como fazer uma homenagem póstuma a uma pessoa que não gosto?
Então me sugeriram escrever sobre futebol. Até gostei da idéia, afinal voltaria ao início. Para quem não sabe, um dos meus primeiros sites era sobre CM (um jogo de computador onde você deve treinar um time), mas o que mantinha o site realmente vivo eram as minhas crônicas esportivas semanais. Contudo desisti da idéia. Não consegui escrever nem uma linha sobre o tema. O futebol anda muito sem graça. Aproveitando o parágrafo gostaria de fazer um parênteses e dar os parabéns ao técnico Felipão, que, para variar, escalou uma seleção que recebeu várias críticas, mas vai indo longe na Eurocopa.
Enquanto escrevo essas poucas linhas ainda penso em algum tema que seja capaz de me fazer apagar esses quatro parágrafos e começar a escrever outros. Mas hoje a coisa está difícil e nenhum idéia salvadora aparece para me ajudar.
Pelo jeito, para terminar a crônica, vou ter que discorrer sobre a morte do Lineu. Quem será que matou o velho? Se tratando de Gilberto Braga, tenho certeza que ninguém acertará e todos os bolões não terão vencedor. Na última vez que o autor criou um grande mistério a assassina foi a mais imprevisível possível, tanto que, se não me engano, matou por engano.
Acho que é só. Até a próxima.


Enviado por Gabriel H.



quinta-feira, junho 24, 2004

Rita


Capítulo VI – Vereadora


Mauro correu para casa e logo já estava trancado no escritório com a mãe. Os dois conversavam bem baixo, afinal as paredes têm ouvido e naquela casa os ouvidos eram bem treinados. O filho descreveu a conversa que tivera com Rita nos mínimos detalhes. No final da conversa, Silvana não sabia como aquilo poderia ajudar a separar Geraldo de Rita.
— Você esqueceu quem é meu melhor amigo?
— O vereador Diniz.
— Certo.
— E dai?
— E dai que ele tem influência dentro do partido.
— Você está sugerindo que ele lance a candidatura daquela mulherzinha a vereadora? Você quer realizar o sonho dela?
— BINGO!!!
— Mas ela vai poder continuar próxima do seu pai.
— Não se for eleita vereadora em outra cidade...
— Em uma cidade bem distante...
— Exato.
— Mas será que ela aceitaria ser vereadora em um lugar que ela nem conhece?
— Pelo que senti, ela faz tudo para ser vereadora ou ter qualquer cargo político, seja onde for.
— Então converse com seu amigo. Veja o que ele pode fazer por nós.
***

O vereador, que já conhecia Rita de algumas reuniões do partido, onde a moça sempre se destacava entre os militantes, garantiu que a moça teria um futuro político brilhante. Segundo ele, Rita tinha tantas glórias reservadas que não merecia ficar presa a uma Câmara Municipal do interior do Brasil, para Diniz a moça deveria ser candidata a vereadora em alguma cidade grande, ou então a deputada. Mauro "bateu o pé" e conseguiu convencer Diniz de que seria interessante Rita começar como vereadora em uma cidade menor para depois planejar vôos maiores.
— Você venceu! Agora só falta convencer a moça. – disse o vereador, com um ar muito cansado devido as sessões de madrugada na Câmara Municipal paulistana.
— Tenho certeza que se você fizer o convite pessoalmente ela aceita ir até para o inferno.
Mais ou menos dois dias depois da conversa com Mauro, Diniz encontrou com Rita em uma reunião na sede do partido. Começou a conversar com a moça sem declarar seus reais objetivos. Disse que ela sempre se destacava entre os militantes, que sem dúvida daria uma grande política e – depois de muito falar – que ela poderia começar se candidatando a vereadora. Os olhos de Rita brilhavam. Ela estava no paraíso. Ser política era seu sonho. Entretanto havia um pequeno problema:
— Não posso me afastar da capital. Se for vereadora terá que ser aqui. – disse a moça assim que o vereador comentou que ela teria que se candidatar no interior
— Sei que ser vereadora na capital dá muito mais status do que exercer qualquer cargo no interior, porém a eleição aqui é muito mais difícil e além disso já temos nosso quadro de candidatos aqui praticamente fechado, só com empresas de primeira grandeza. Não podemos contar com novatos.
— A questão não é o status. Realmente não posso me afastar de São Paulo. Tenho planos que só podem ser levados adiante se eu continuar aqui.
— Que tipos de planos.
— Coisas pessoais. Assuntos de família.
— Entendo. Mas pense bem. Não é todo dia que uma oportunidade dessa aparece.
— Já pensei. Vou esperar até poder ser candidata na capital.
João Diniz, esquecendo–se do pedido do amigo e pensando somente no futuro político que Rita poderia ter, resolveu aceitar a idéia de fazê–la vereadora em São Paulo. Estava tão confiante na moça que assumiu o risco de não se candidatar a reeleição naquele ano para apoiar o nome de Rita. Dois anos depois concorreria a deputado federal.


Enviado por Gabriel H.



sábado, junho 19, 2004

?


Capítulo I - Influência esquisita


"Consumidores, dinheiro e lucro!", lema dos esquisitos (homens que sabem, que sabem — redundamente enganoso) invadem países por vias aéreas, visuais, auditivas e cutâneas.
Nas tropicais cabeças de coco, onde a água predomina, vivem consumindo imagens, cultuando padres inquestionáveis, pastores torturadores das palavras bíblicas e acabam caindo num mundo virtual. Filhos convertidos por meios informatizados consomem horas; querem o strike ou o counter-strike, violência? Tevês comerciais, jornais assassinos, alimentação precária, mente perturbada constatam porradas, tiros, mortes, frieza. Tais sujeitos eletrônicos ou encarnados criam tendências, sexuais ou analfabetas ("quanto é a raiz quadrada de 81?", perguntam ao aluno; ele responde: "não nasci nessa época e raiz quadrada só pode ser invenção de japonês").
Recluso dentro de casa, alguém escreve longe das garras monstruosas (pois ninguém cortou as unhas daquela esquisita águia):
Selvagens Modenos

Pessoas atrasadas
ou computadores?

Economia radioativa,
Dívidas virtuais.
Com nossa violência
Imprimem jornais.

Doentes desempregados,
Planeta-Vermelho.
Não, Marte. Terra!

Processadores de dados
Ou civilizados?


Quem expressou essas palavras seria nosso herói? Algum nome? Nós continuamos sem título, apesar das participações do Sphynx e Bruna. Gabriel, bem como sua irmã, parem de bancar os tímidos.


Contribuam com comentários ou acatem os bebedouros de almas.


Enviado por Marcel



sexta-feira, junho 18, 2004

Vitória ou Derrota?


Saiu em todos os jornais: "Governo sofre derrota na votação do mínimo". Mas será que isso de fato é verdade? O salário mínimo que os senadores aprovaram é maior do que o que foi proposto pelo governo e por isso dizem que a atual administração foi derrotada no Senado.
Porém, pensando por outro lado, vemos que a população sai ganhando com esses quinze reais a mais. Se é objetivo do governo defender os interesses do povo brasileiro e se o povo deste país foi "presenteado" com quinze reais (meu Deus, estou escrevendo uma crônica por conta de quinze reais a mais ou a menos!), logo o governo teve uma vitória.
Contudo ao invés de aceitar esse aumento, os governistas – que outrora brigaram por um mínimo maior – lutarão na Câmara dos Deputados para que o valor seja o defendido por Lula e sua trupe.
É fato que um real faz toda diferença nas contas de Previdência, entretanto também é fato que um mísero centavo faz muita diferença no bolso do trabalhador. Além disso não podemos esquecer que o governo economiza na hora de aumentar o mínimo, mas esquece dos caixas na hora de formar as comitivas das viagens presidenciais (ou então das viagens religiosas de seus ministros).
Os petistas sempre fizeram belas poses na época de escolha do mínimo. Discursos inflamados afirmavam que Fernando Henrique se esquecia do povo. Hoje a situação que vemos é a contrária, tanto de um lado, como de outro. Petistas dizem que estão fazendo o possível e o impossível para dar maiores aumentos, mas que não é possível. Já os tucanos e pefelistas garantem que é totalmente possível fazer o mínimo crescer, que basta vontade política. Chega a ser cômica essa inversão de lados, mas ao elegermos PT para o governo e PSDB/PFL para oposição já deveríamos saber que seria assim, afinal estes são os membros de um interessante e perigoso jogo: O JOGO DO PODER (essa idéia ficou um pouco chavão, mas acho que consegui passar o recado que queria). Esteja quem estiver comandando esse jogo, os outros gritarão em tudo que for possível.
Agora que o Senado parece ser território da oposição teremos momentos quentíssimos nesse jogo. Basta esperar e ver.


Enviado por Gabriel H.



quinta-feira, junho 17, 2004

Rita


Capítulo V – Ciúmes


O ciúme é capaz de acabar com qualquer relação e, conforme já foi dito no último capítulo, Silvana era uma mulher extremamente ciumenta. Alguns tinham medo de dizer abertamente, mas diziam as conversas paralelas nas reuniões sociais que ela já havia até matado uma modelo que se insinuava para Geraldo. Ninguém sabia até que ponto isso era verdade, entretanto, desde que esse boato começou a correr, era difícil ver mulheres falando a sós com o marido de Silvana.
Esse ciúme – que chegava a ser doentio – logo se voltou contra Rita e a moça não teve como escapar do ódio da rival. Era evidente que Silvana queria acabar com Rita e mais evidente ainda que Rita, apesar de não demonstrar nenhum interesse por Geraldo (apesar de ter), encararia a briga com todo o prazer.
A luta não seria fácil, pois Silvana contava com um forte aliado: Mauro. O rapaz não podia suportar a idéia de ver seus pais separados e usaria todos as armas possíveis para acabar com o amor de seu pai por Rita.
Certo dia, quando foi na lanchonete, Mauro começou a conversar com Rita:
— Está gostando de trabalhar aqui?
— Não tinha como não gostar. A maneira como fui contratada gerou um impacto tão grande que acho tudo aqui maravilhoso.
— Que bom. Fico feliz em saber disso. Você parece ser muito dedicada. Você só trabalha ou se diverte também? – fez essa pergunta rindo
— Todo fim de semana vou no cinema. Mas a minha maior diversão, o que eu mais gosto de fazer, é participar das reuniões do meu partido.
— Você gosta de política? Que legal. Qual é o teu partido?
— PLP.
— Sério. Eu tenho um grande amigo que faz parte desse partido. E diga–se de passagem que ele é importante lá dentro.
— Quem é seu amigo?
— O Vereador Diniz.
— Nossa. Ele é muito legal. Faz tempo que vocês se conhecem?
— Desde que eu comecei a militar pelos direitos dos gays. Ele sempre apoiou esses movimentos.
— É, eu sei. – deu uma pausa – Vou te contar uma coisa que nunca contei para ninguém. Meu grande sonho é ser vereadora.
— Interessante. Você nunca tentou se candidatar?
— Nunca tive coragem. As minhas chances de ganhar são mínimas.
— Mas com ajuda você chega lá facilmente.
— Tomara que um dia eu consiga.
— Agora tenho que ir. Tchau.
— Tchau.
Logo que saiu da lanchonete, Mauro ligou para a mãe.
— Tenho uma ótima notícia. Acho que aquele seu sonho pode se realizar.
— Não acredito. Vem agora para casa e me conta.


Enviado por Gabriel H.



sábado, junho 12, 2004

Desculpem, caros leitores, mas no momento estou impossibilitado de publicar meu folhetim. Pois o computador que uso estragou, HD ficou riscado por virus.

Ontem procurei ir a casa de um amigo, mas falhou! Ainda assim todos, que aqui passam, receberao um belo primeiro capitulo. Depois de alguma leitura, observei serem "apresentacoes" vindas antes do inicio. Aguardem!!! E mais uma vez minhas desculpas.

Muito obrigado!

PS.: Opero do micro do meu pai contra sua vontade. Acentos foram descartados porque perdi os nums. para tal.


Enviado por Marcel



sexta-feira, junho 11, 2004

Domingo


Por pouco que hoje vocês não ficam sem crônica. Não que eu não tenha tido idéias para escrever ou qualquer coisa do gênero (estive com algumas idéias na cabeça durante a semana inteira). O que aconteceu foi que eu podia jurar que hoje era domingo. Não podia pensar diferente. Afinal, para mim, ontem foi sábado e anteontem sexta-feira.
Os feriados por um lado são ótimos, entretanto eles sempre me deixam maluco. Sempre troco as datas, inverto os dias da semana e muito mais. Como posso me acostumar a um fim de semana de quatro dias? Desde quando a semana acaba na quarta? Tudo isso é muita coisa para a minha pequenina cabeça.
Quarta-feira minha mãe me perguntou se eu havia esquecido a pasta de artes. Respondi que não, que eu não tinha aula de artes naquele dia. Adivinhem qual o dia da aula de artes. Ganhou os meus parabéns quem respondeu que é de sexta-feira e que, por conta do feriado que se aproximava, minha mãe podia jurar que aquela quarta-feira era, na verdade, uma sexta-feira.
Nada contra os feriados. Muito pelo contrário. Se não fossem eles chegaríamos a um nível de stress admirável, entretanto precisamos encontrar uma solução para evitar essas confusões tão comuns. Não tenho a mínima idéia do que possa ser feito, então peço a quem souber que me fale para que eu possa resolver esse meu pequeno probleminha com datas.
Já que hoje é domingo e não é comum eu escrever de domingo, a crônica fica pela metade.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, junho 09, 2004

Rita


Capítulo VI – É Amor


Depois de passar algum tempo no passado resolvi voltar ao presente (pelo menos a um passado mais próximo).
Com o tempo, a relação de Geraldo e Rita foi ficando mais íntima. Calma! Não é o que você está pensando! Pelo menos ainda não... Eles simplesmente estreitaram os laços de amizade. Eram obrigados a ficar até tarde trabalhando e, por muitas vezes, Rita fazia companhia ao patrão mesmo depois do fim do expediente. Desde que ficara viúva encontrara em Geraldo um amigo e era capaz de ficar conversando com ele durante horas. Falavam sobre diversos assuntos, desde de novelas até coisas de trabalho, mas independente do tema, sempre se divertiam muito.
Essa enorme relação de amizade entre os dois só esbarrou em um problema. Em um grande problema. Silvana convivera com seu marido na juventude e, apesar de todas as provas de que Geraldo havia mudado, preferia ficar com "o pé atrás". Não sabia se o marido teria alguma recaída ou se permaneceria fiel até a morte. Ao ver a crescente amizade entre o esposo e a nova funcionária da lanchonete, Silvana não conseguia ficar sem pensar besteiras. "É meia–noite e ele ainda não chegou. Aposto que ele está conversando com aquela garçonetizinha de quinta categoria.", "O que será que eles tanto falam?", "Por que será que ele a contratou?". E assim ficava até que o marido chegasse em casa, dissesse que estava cansado de tanto trabalhar, negasse qualquer envolvimento com Rita e fosse dormir. Dormir para sonhar com Rita.
As suspeitas de Silvana não eram exagero. Realmente Geraldo estava apaixonado pela mulher que havia contratado de forma tão misteriosa. Entretanto a funcionária resistia, sempre dizendo que não era certo, afinal o patrão tinha uma mulher.
***

Certo dia, nos já tradicionais "cerões", Geraldo resolveu conversar seriamente com Rita. Era fácil notar que ele estava nervoso, pois passava a mão nos cabelos a todo momento e comia sem parar. Tomou coragem e iniciou o assunto:
— Acho que não preciso nem dizer o que sinto por você...
— Não precisa, mas mesmo se disse não fará diferença nenhuma. Não se esqueça que você é casado!
— E daí?
— E daí? Você ainda pergunta? Você prometeu fidelidade à dona Silvana perante Deus. E ainda pergunta que mal tem você me amar?
— Mas eu mais você do que a Silvana.
— Não importa! Você é casado com ela. Tanto no civil como no religioso. Os dois estão presos pela justiça divina e pela justiça dos homens.
— Se é por isso eu me separo.
— A dona Silvana não suportaria. Seria uma desgraça para ela.
— Melhor a desgraça ser dela do que minha!
— EGOÍSTA!!!
Rita saiu da sala de Geraldo apressada e foi embora da lanchonete. Quando não era mais vista por ninguém conhecido deu uma risadinha e foi embora para casa. Não podia conter a alegria. Tudo estava dando certo.


Enviado por Gabriel H.



sábado, junho 05, 2004

?


Apresentação


Sphynx, meu caro, tu és um profeta? Não, acho que como eu vês-te mapas apontando a morada dos esquisitos, também deve ter encontrado um velho diário deixado por uma das "anomalias" (segundo seu linguajar).
Protegidos por imensas Torres de Ferro estão os 'Homo Profanus', ou ainda, 'Homo Canabilis'. O maior desejo dessa espécie está em transformar outras espécies e seres em seus escravos. Bebem sangue em taças negras. Bondade? Fingem possuir. Comem estranhas iguarias, inclusive pepinos-doces. Sua sociedade é constituída por uma altura média de 1,95, contrastando com tal aparece um baixinho. Cabelos cinzas, olhos vazios, corpo magro, pele branca com no máximo 1,65m...
Sim, Sphynx, são palavras ditas por um infectado. Veja o desenho da capa. Sujeito de cabeleira cinza, olhos sem pupila, corpo magro, veste roupas parecidas com a da estátua da liberdade, hã! Listrada nos tons vermelho e branco, enrolado no pescoço vemos um lenço azul escuro, ah, na cabeça a coroa com espetos para fora, branca!
Esse, segundo relatos, foi responsável por incentivar invasões nas terras tropicais porque queria melhorar algum problema sentimental, sabe? Nada como visto naquele filme do Brad Pitt, Tróia, no qual tudo caminha por causa de Helena. No caso do pequenino as ações invasoras seriam consideradas reality shows of blood.
Enfim, quando abrem os portões dessas torres observamos dezenas de estados unidos banhados às frituras das batatinhas inglesas, refrigerados por Coca, mantidos pelo petrodólar. Resumindo o cosumismocentrismo, aquele baixinho cultua o "Deus Pagatorum". Todos lá falam de boca cheia: "Somos politeístas. Cultuamos deus do consumo, da fortuna, da violência, da luxúria..." e afora outros.

Troquem aquela interrogação por um título, continuem exercendo sua liberdade expressiva. Sugestões, críticas, opiniões e quaisquer palavras são bem-vindas.


Enviado por Marcel



sexta-feira, junho 04, 2004

Máfia do Lixo


Todo dia quando saio de casa para ir ao colégio vejo dois garis arrumando aqueles carrinhos onde eles colocar o lixo. É sempre assim: um dos dois pega um saco, faz duas "orelinhas", entrega para outro que por sua vez coloca o saco no tal carrinho. Até aí tudo bem, entretanto o processo se repete inúmeras vezes. São tantas repetições que nunca cheguei a ver o trabalho terminado. O carro pode parar no farol, o sinal pode demorar horas para abrir, mas mesmo assim os dois continuam lá, sem parar.
Segundo meu pai, a dupla dinâmica deve fazer parte de alguma "máfia do lixo" (Brasil tem tudo quanto é máfia e quando se fala de São Paulo então...). Os sacos de lixo provavelmente são superfaturados (superfaturamento em uma prefeitura paulistana?) e os dois rapazes recebem orientação para gastarem o maior número possível de sacos. Imaginem só o prejuízo que isso não dá para os cofres públicos? Provavelmente o caixa só anda mal das pernas por conta dessa terrível máfia. E o pior é que não é nem gestão do Maluf para podermos dizer que a culpa é dele.
Agora me lembrei da segunda ou terceira crônica que publiquei nesse site. O título era "Dono de Pizzaria" e eu comentava a corrupção (foi na época da viagem da então ministra Benedita para a Argentina). Dizia que o negócio ideal no Brasil é abrir uma pizzaria, afinal aqui tudo acaba em pizza. Sei que o assunto não tem praticamente nada a ver com a crônica de hoje, mas curiosamente falei em Paulo Maluf e lembrei de corrupção.
Voltando a Máfia do Lixo, será que tem gente graúda envolvida ou os únicos dois participantes são os dois pobres garis? Posso apostar que tem gente do governo envolvida. Será que temos um Secretário do Lixo em São Paulo? Se tiver posso apostar que ele está sabendo de tudo e se bobear é o líder dessa perigosa quadrilha.
Duvido muito que esse bando de mafiosos restrinja-se aos inofensivos sacos de lixo. Por isso, minha senhora, farei um alerta: CUIDADO COM O QUE FAZ COM SEU LIXO! A MÁFIA PODE ESTAR DE OLHO!
Por hoje é só. Até a próxima.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, junho 02, 2004

Rita


Capítulo V – Não tenho namorado


— Que tipo de problema?
— Não me sinto a vontade para dizer...
— Então você veio aqui só para me deixar nervoso?
— Não é isso! Eu vim aqui para pedir que você converse com o Mauro.
— Como eu posso conversar se não sei qual é o problema que ele tem?
— Fale com ele sobre sexo, garotas, essas coisas que você entende bem.
— Ele está namorando?
— Mais ou menos.
— Então não se preocupe... isso é normal. O Mauro só tem 14 anos, está mesmo na idade de namorar.
— Eu sei disso e até concordo com você. Mas o normal é que ele namore meninas.
— O que você quer dizer?
— Exatamente o que você entendeu. Eu acho que o Mauro é gay.
— Mas não pode ser. Ele faz tanto sucesso entre as meninas.
— Elas gostam dele, mas ele não gosta delas.
— Sai... eu preciso ficar sozinho.
Silvana saiu e Geraldo ficou sozinho, pensativo. Como ele deixará seu filho se tornar um gay? Sempre tomou o máximo de cuidado com o menino. O educou para que se tornar - se um HOMEM.
Depois de muito pensar pegou o telefone e discou o número do celular de Mauro. Desistiu. Pegou novamente o telefone. Tomou coragem. Respirou fundo. E ligou.
— Alô! Filho?
— Sou eu, pai. Pode falar.
— Você pode vir aqui no meu escritório.
— Posso sim pai. Quando sair do colégio ao invés de ir para casa eu vou para aí.
— Ótimo.
Desligou o telefone. Geraldo pegou uma foto de seu filho que tinha sobre a mesa, começou a chorar e só parou depois de guardar o porta-retratos.
***

O relógio da Lanchonete Silva marcava duas e meia quando passou pela porta um belo menino, com cabelos lisos e castanhos, olhos da mesma cor, algumas espinhas na cara que davam até um charme. Todas as meninas que estavam lanchando não conseguiam tirar os olhos. Aquele rapaz era muito bonito e além de tudo rico. Um dia administraria aquela fábrica de dinheiro onde acabara de entrar.
Dirigiu-se para o escritório do pai, bateu na porta e entrou assim que o pai permitiu.
— O senhor queria falar comigo?
— Sim. Entre e sente-se.
— Pode falar.
— Meu filho, me diga uma coisa. Como vão as garotas? Os namoros? Essas coisas...
— Nunca namorei de verdade. Já tive uns rolinhos por aí, mas nada muito sério.
— Sei como é. Eu também era assim quando tinha a sua idade.
— Imagino. Conheço sua fama. Apesar de hoje o senhor estar mais calmo, sei que quando era novo você adorava namorar.
— Tenho mais uma coisa para te perguntar, porém não sei como entrar no assunto.
— Seja direto. - Mauro podia perceber que o pai iria falar algo que não lhe agradava nem um pouco.
— Então serei. Filho, você é gay?
— Por que está me perguntando isso?
— Sua mãe me disse que tem fortes suspeitas que você não goste de garotas...
— Ela mexeu no meu diário. Eu não admito isso. - Mauro esta claramente nervoso - Tudo bem. Eu sou gay. E aí? Que é que tem?
— Fique calmo! Eu sei perfeitamente o que é isso. Assumo que fiquei chocado quando soube, mas pensei muito e não vou te reprimir. Eu sei o que esse tipo de repressão pode fazer com a cabeça de um jovem.
— Que bom que o senhor não vai reprimir. Mas e a mamãe?
— Isso é com ela. Eu não posso mexer com a cabeça dela. Mas agora me mate uma curiosidade. Preocupação de pai, sabe como é, né? Você tem algum namorado?
— Não, pai.
— Fico feliz em saber.


Enviado por Gabriel H.