CRITIQUE, SUGIRA,
OPINE, ESCREVA PARA GENTE:


oscronistas@grupos.com.br


ARQUIVOS

  04/01/2004 - 05/01/2004
  05/01/2004 - 06/01/2004
  06/01/2004 - 07/01/2004
  07/01/2004 - 08/01/2004
  08/01/2004 - 09/01/2004
  09/01/2004 - 10/01/2004
  10/01/2004 - 11/01/2004
  11/01/2004 - 12/01/2004
  12/01/2004 - 01/01/2005
  01/01/2005 - 02/01/2005
  02/01/2005 - 03/01/2005
  03/01/2005 - 04/01/2005
  08/01/2005 - 09/01/2005
  09/01/2005 - 10/01/2005
  10/01/2005 - 11/01/2005
  02/01/2006 - 03/01/2006


BLOG DOS CRONISTAS

  Discutindo Política
  Três Pontinhos
  Projeto Cadmus 


LINKS

  SilvioMed
  Homem Chavão
  Grávido
  Charges
  Desafeto
  Brainstorm#9
  Farsas da Web
  Mario Prata Online
  Dia a Dia

sexta-feira, julho 30, 2004

Eles existem!/Obediência


A partir de agora acredito em todas aquelas coisas que ninguém acredita. Começarei a escrever crônicas defendendo a existência de E.T.s, fantasmas e todas as coisas que até ontem a tarde eu não acreditava. Ontem a tarde estava conversando com uma amiga de minha irmã quando ela nos deu uma notícia que me deixou boquiaberto: ELA HAVIA RESPONDIDO A UMA PESQUISA DO IBOPE.
Para mim, os entrevistados do Ibope figuravam no mesmo lugar que os E.T.s, os duendes, os fantasmas, os gnomos e todos os outros seres fantásticos e imaginários. Até aquele momento eu nunca tinha ouvido a seguinte frase: “Eu respondi uma pesquisa do Ibope.”, e como eu sou igual a São Tomé, não acreditei na possibilidade de os entrevistados realmente existirem.
Pior do que a loucura de não acreditar na existência dos entrevistados, é o fato de eu ter certeza que essas pesquisas realmente funcionam e que os resultados nelas apresentados correspondem a uma realidade – momentânea, mas realidade.
O mais engraçado de tudo é que no mesmo dia que essa amiga da minha irmã afirmou ter sido entrevistada, eu recebi um e-mail enumerando coisas que nunca foram vistas (algumas eles mostravam, sendo a primeira vez que vi todas) e uma delas era o tal do entrevistado pelo Ibope. Eu descobri que não era só eu que não acreditava na existência desses seres fantásticos.
***

Hoje resolvi escrever duas crônicas em uma (por isso os dois títulos), pois não poderia deixar de comentar a existência dos entrevistados do Ibope, entretanto não tinha cabimento eu deixar passar um episódio que foi vergonhoso para toda a cidade de São Paulo.
Ontem, cabos eleitorais do Partido dos Trabalhadores tomaram uma atitude antidemocrática ao tentar impedir que o candidato tucano a prefeitura de São Paulo José Serra fizesse campanha na Vila Maria. Além de agressões verbais, os petistas também utilizaram a violência física, provocando a reação dos militantes tucanos.
É claro que no episódio ninguém é totalmente vítima e nem totalmente mocinho, entretanto chega a ser cômico ver a prefeita Marta e os seus colegas de partido dizendo que a confusão foi provocada pelos tucanos. Todos os jornalistas que presenciaram a cena, disseram em suas reportagens que o tumulto foi iniciado pelos militantes do partido do governo.
Contudo o episódio não deveria causar espanto, afinal ele só mostra a disciplina interna do PT, que em 2001 viu seu então presidente José Dirceu dizer a seguinte frase: “Vamos bater neles [nos tucanos] nas ruas e nas urnas.”


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, julho 28, 2004

Rita


Capítulo XIII – Lembranças


Já devia ser mais ou menos cinco horas da manhã, Rita havia acabado de conseguir dormir quando a campainha começou a tocar insistentemente. Era Geraldo que procurava a amiga e amada para afogar as mágoas. Rita não acordou, entretanto seu pai, irritado como sempre, levantou da cama e foi ver quem era o chato que tocava a campainha aquela hora da matina. Ao abrir a porta ficou surpreso em ver “aquele ser desprezível” – como costumava se referir a Geraldo – com os olhos cheios d’água, perguntando por sua filha.
-- Seu José, a Rita está ai?
-- Ela está dormindo. Você tem noção de que horas ela chegou em casa ontem?
-- Lógico que tenho. Não se esqueça que também trabalhei na campanha de sua filha e que comemorei tanto quanto ela.
-- Então devia imaginar que ela está dormindo agora.
-- E eu que nem dormi?
-- O problema é seu.
-- Tudo bem, mas eu preciso falar com Rita.
-- Sinto muito, mas eu não vou deixar você entrar na minha casa. – seu José Maria deu uma ênfase maior na palavra minha
-- Certo. Vou ficar aqui na porta até que sua filha possa me atender.
Seu José fechou a porta sem nem se despedir, sentou no sofá e começou a chorar. Sempre que se encontrava com Geraldo as piores lembranças vinham a tona. Desde o dia em que conheceu Geraldo, há muitos anos passados, até o dia de hoje a vida de José Maria não era mais a mesma. Tudo que havia acontecido de ruim na vida do velho e acabado homem, direta ou indiretamente, tinha a ver com o ex-patrão de sua filha. Enquanto lembrava – mesmo sem querer lembrar – o dia do suicídio de sua esposa, chorava compulsivamente. O que seria de sua vida se não tivesse conhecido Geraldo? Muito provavelmente sua esposa estaria viva e, se não tivesse, a morte não teria sido tão trágica. A cada dia José se culpava pela fraqueza: “Eu devia ter resistido!”, “Minha mulher não merecia que eu fizesse aquilo com ela.” e outras frases do mesmo gênero povoavam a mente do velho toda vez que se lembrava da esposa.
Rita acordou, viu o pai naquela situação – o desespero do homenzinho era tão grande que ele sequer reparou que a filha havia entrado na sala – e não conseguiu imaginar o motivo. Sentou-se do lado do homem que mais amava no mundo – muito mais do que seu falecido marido ou que seu atual amante – e perguntou o que havia acontecido. A resposta foi seca:
-- Você tem visitas. Veja quem é e descubra o porque do meu estado.
Rita abriu a porta e lá estava o “amado”. Perguntou o que ele queria – enquanto isso seu pai entrou para o quarto, ainda chorando – e ele contou que havia discutido com a mulher – logicamente inventou outro motivo para a briga – e que como resultado de tudo havia tomado uma decisão: sair de casa. Rita mostrou-se feliz e preocupada ao mesmo tempo.
-- Já tem lugar para morar?
-- Isso que eu queria ver com você.
-- Conheço um hotel ótimo. É o máximo que posso fazer por você.
-- Não era bem isso que eu queria. Eu queria morar com você.
-- Eu sei, mas você esqueceu que eu moro com meu pai que te odeia e com a minha filha que é muito apegada a imagem do pai. Graças a Deus vou mandar a menina estudar no exterior, não agüentava mais vê-la chorando pelos cantos lembrando do pai.
-- Aproveita que vai despachar a menina e despacha o velho também.
-- Eu não posso. Ele é meu pai, eu o amo.
-- Tudo bem, eu vou para um hotel.
Geraldo se despediu da namorada – se bem que oficialmente eles eram apenas bons amigos – e foi para o hotel cujo dono era um velho amigo seu. Custou para pegar no sono, porque algumas das lembranças que dominaram a mente do pai de Rita, também surgiam como praga na cabeça de Geraldo. Contudo Geraldo não dava tanta importância para o suicídio de Maria José, afinal não conhecerá muito bem a mãe de sua ex-empregada, entretanto Geraldo temia por seu filho, não podia suportar a idéia de ver seu filho tendo um futuro infeliz igual ao seu.


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, julho 23, 2004

Mania


         O meu assunto dessa semana não poderia ser outro que não a nova mania nacional. O tal do Orkut - que para quem ouve a primeira vez parece só mais um nome complicado entre todos os outros que povoam a internet - vem mexendo com a cabeça dos brasileiros.
         Quando alguém recebe as primeiras explicações sobre o que se trata o Iogurte - opa... quis dizer Orkut - acha que não se passa de uma coisa louca e sem nenhum nexo, entretanto acaba entrando para a doideira e descobrindo que a antiga opinião era a mais pura verdade. Realmente o Orkut é uma loucura e não tem muito nexo, contudo quase todo mundo que entra acaba ficando meio viciado.
         Não sei explicar direito como funciona a coisa, mas posso dizer que é um lugar onde você vai encontrar seus velhos amigos e também fazer amigos novos. Existem várias comunidades onde as pessoas que gostam das mesmas coisas podem se reunir - mas essas comunidades as vezes tombam para a loucura, como a comunidade dos que adoram abacate.
         O grande problema que os viciados em Orkut enfrentam é a lentidão - segundo a minha madrinha, o site é mais lerdo que tartaruga que tomou lexotan. Você pode perfeitamente ficar bons minutos esperando até a próxima página carregar e, ao invés disso, ver uma mensagem de erro estampada na tela do seu PC - para que as pessoas possam desabafar foi até criada uma comunidade falando mal disso.
         O mais legal de toda essa história é que só entra quem for convidado, portanto ninguém cai de pára-quedas - pelo menos com um amigo você já começa e para achar os outros é questão de minutos.
         Para resumir: temos que agradecer imensamente ao turco - que se chama Orkut também - funcionário do meu querido Google por ter tido essa magnífica idéia. Por mais inútil que seja é muito legal perder todo o tempo livre que temos - eu não perco todo, afinal uma boa parte dedico ao micromundo - para ficar vendo os amigos velhos - nem que seja só naquelas fotos horríveis - e fazendo amigos novos.
         Agora que me lembrei que não era esse o tema que ia escrever hoje, mas sei lá por qual motivo comecei a falar da minha nova mania - não só minha como do Brasil e do mundo.
         P.S.: Esqueci de comentar que a comunidade de brasileiros já ultrapassou a de americanos (não me lembro das porcentagens, porém já temos muito mais gente que os EUA.).


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, julho 21, 2004

Rita


Capítulo XII - Vitória, Comemoração e Revelação


No dia da eleição tudo aconteceu na maior normalidade possível. Logo que terminou a apuração foi confirmado que Rita estava eleita, sendo ela a vereadora mais votada de toda a história de São Paulo. A felicidade de Rita e seus parceiros na longa e complicada jornada que foi a campanha era inigualável, mas a vereadora eleita não queria comemorar no meio de toda aquela multidão.
Saiu de fininho da festa organizada por sua assessoria e poucos minutos depois Geraldo fazia o mesmo. Os dois se encontraram em um restaurante em uma cidade vizinha e começaram a comemoração pessoal, dali foram para um pequeno hotel onde passaram a melhor noite de suas vidas. Não gastarei palavras descrevendo essa cena por considerar desnecessário, cada um imagine o que achar melhor.
No dia seguinte, assim que Geraldo entrou em casa - tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar sua família - Silvana o esperava, sentada em um sofá - como naquelas clássicas cenas de cinema.
-- Onde você passou a noite?
-- Estava comemorando a vitória de Rita. Você viu que ela foi a vereadora mais votada?
-- Infelizmente eu vi. Você sabe muito bem que não gosto nem um pouco que você fique próximo daquela moça. Por mim eu faria de tudo para afastá-la de você. DE TUDO! Ouviu bem?
-- O que você quer dizer com tudo?
-- Tudo mesmo. Qualquer coisa! Inclusive matar. Ou você acha que o pobre do Azevedo teve mesmo alguma coisa a ver com o atentado contra a vigarista?
-- Eu não acredito que você foi capaz de fazer isso. Eu não quero ouvir mais nada. Vou embora dessa casa hoje mesmo.
-- Se você for embora eu mato aquela mulherzinha de quinta categoria. E dessa vez eu não vou errar.
-- Você está louca!
-- Eu sou louca! LOUCA POR VOCÊ!
Geraldo saiu de casa. Estava transtornado, não conseguia nem mais olhar na cara daquela mulher que um dia já havia amado. Passará diversos momentos felizes ao lado de Silvana e agora ouvia dela uma confissão de tentativa assassinato. E o pior: não era o assassinato de alguém que merecesse; não era legítima defesa nem nada do gênero; era um assassinato por loucura, por um amor - se é que pode se chamar isso de amor - idiota.
Desde que Rita começou a trabalhar com Geraldo o casamento do dono da famosa lanchonete já não estava muito bem. O amor por Silvana aos poucos era trocado pelo amor por Rita. E não dava para negar isso, estava claro que Geraldo já não amava mais sua esposa como antes. Contudo mesmo sem amor era possível levar o casamento, afinal ele ainda nutria um grande carinho por sua mulher. A conversa com Silvana fora a gota d’água: Geraldo não podia admitir a idéia de continuar com um casamento onde sua parceira era capaz de matar por ciúmes. Sabia que o resultado de sua saída de casa poderia ser trágico - o que Silvana faria para se vingar? - entretanto preferiu assumir o risco.
Depois de andar um pouco pelas ruas da cidade, Geraldo chamou um táxi e seguiu para a casa de Rita. Não queria contar a história toda, mas precisava pelo menos contar que havia saído de casa - quem sabe esse desejo não fosse uma esperança de que Rita o chamasse para morar com ela? - e que seu casamento com Silvana tinha finalmente - e eternamente - terminado.


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, julho 16, 2004

Impressão Digital


Não nasci poeta. Não sei passar meus sentimentos para o papel, mas mesmo assim me arrisco, teimo e sempre desisto: meus textos mais sentimentais nunca saem da cabeça que borbulha idéias - chegando a loucura - enquanto os preparo. Talvez seja medo do fracasso, talvez seja medo de que os outros riam de mim. Contudo esses medos não se justificam, afinal não existe fracasso para quem não chegou ao sucesso e se outros rirem de meu texto tenho certeza que não será a primeira vez, pois alguns sequer são dignos de riso - merecem logo a compaixão.
Enquanto escrevia o parágrafo anterior parei e pensei: “O que está me levando a sair da cama a uma e meia da manhã e escrever esse texto que, tenho certeza, sequer vou publicar?”. Não sei a resposta para a pergunta, só sei que não conseguiria dormir se não escrevesse essas loucas linhas antes. Acabo de descobrir que a maior burrada que fiz foi parar para pensar. Estava indo tão bem enquanto escrevia por instinto, sem nem reparar se as seqüências de palavras que ia para o papel faziam sentido. Agora entendo por que nunca fui poeta: não sou escravo de meus pensamentos, não deixo que minhas idéias evoluam sozinhas, sempre tenho um “pitaco” para dar.
Sei que as chances desse texto ser publicado são raras - e diria até que são inexistentes -, entretanto continuo escrevendo e não quero parar. Quem sabe daqui não sairá algo que preste e que, um futuro próximo, seja trabalhado em uma crônica. Lógico que não deixaria a idéia fluir livremente e que tomaria as rédeas da situação para que o texto ficasse “bem escrito” e “racional”.
Posso não ser poeta e não escrever com belas palavras. Sem dúvida nunca fiz ninguém chorar com nenhum texto meu - só se foi de raiva! -, porém, por incrível que pareça, entendo de sentimentos. Afinal sou homem - não só no sentido de macho da mulher - e os tenho como todo ser humano. É claro que os meus são diferentes dos seus. Cada um tem sentimentos a sua maneira. Acho que é por que não falo de sentimentos em meus textos, vai ser difícil encontrar alguém que sinta como eu. Eu amo do meu jeito. Você ama do seu. E nós dois somos felizes - ou não - com nossos modos de amar.
Os sentimentos são como a impressão digital de uma pessoa. Não existem pessoas diferentes com sentimentos - e impressões digitais - iguais. Os sentimentos são a impressão digital da alma.
Como viram tomei coragem para falar de sentimentos. Sem dúvida é o meu primeiro texto sobre o assunto e, possivelmente, será o último, todavia espero ter agrado - por mais difícil que seja - e proporcionado uma boa leitura aos meus queridos amigos freqüentadores dessa página.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, julho 14, 2004

Rita


Capítulo XI - Atentado


Silvana era uma mulher de palavra. Cumpria todas as suas promessas e a de acabar com Rita, com certeza, não seria esquecida.
Faltava apenas duas semanas para as eleições, Rita estava na sede de uma Central Sindical discutindo com trabalhadores o assunto do emprego. Justamente por ter ficado tanto tempo sem emprego, Rita tinha esse assunto como primordial para sua campanha.
Durante esse debate, enquanto Rita apresentava seu principal projeto, um homem levantou de seu lugar e correu para Rita dizendo:
-- Candidata, eu sou seu fã, me deixe chegar perto da senhora.
Rita, como sempre muito simpática, disse que aquele não era o momento certo para tietagem, mas que assim que o evento terminasse ela conversaria com o homem. Para a surpresa de todos, de repente, a estranha figura que tentará se aproximar da candidata puxou uma arma e iniciou uma série de disparos contra Rita. A Polícia Militar, que fazia a segurança do local, logo dominou o louco, que insistentemente começou a gritar:
-- EU SOU HOMEM DO AZEVEDO! EU SOU HOMEM DO AZEVEDO!
Azevedo era um vereador da capital que já estava em seu sexto mandato. Era conhecido por amar o poder e eliminar, de um jeito ou de outro, todos os seus adversários. Durante a campanha - para sorte de Silvana - durante um debate na TV com os candidatos a prefeito, Carlos Azevedo se encontrou com Rita - os dois estava entre os assessores de seus respectivos candidatos a prefeitos - e iniciaram uma longa discussão. A briga só terminou quando a jovem candidata disse para o veterano vereador:
-- Seus dias de poder estão chegando ao fim. Provavelmente o povo não te põe mais na Câmara Municipal. Eles querem sangue novo. E se por um golpe do destino você se eleger, não vai nem chegar no final do mandato. Vai morrer antes. Você já está velho e o diabo já preparou o seu quartinho no inferno.
O velho Azevedo estava doente - ele escondia de todos, entretanto era fácil reparar que estava fraco e debilitado - e tocar no assunto morte, para ele, era algo muito doloroso. Sabia que a previsão de Rita estava certa e, que por mais que se elegesse, as chances de chegar ao final do mandato eram mínimas.
Para o azar do vereador, algum jornalista ouviu a briga e publicou em um grande jornal. Se isso não tivesse acontecido, talvez Silvana nunca conseguiria arranjar pretexto para o atentado contra Rita.
Assim que soube que o louco que tentará matar sua mais nova inimiga havia dito que estava sob suas ordens, Carlos Azevedo não agüentou, começou a passar mal e morreu, horas depois, no mesmo hospital onde Rita estava internada.
Por uma inegável sorte do destino, nenhum dos quatro tiros que atingiram Rita foram fatais. Seria uma recuperação complicada, contudo o risco de morte era pequeno. Apesar do acontecimento que quase a levou a morte, a candidata estava feliz, segundo ela, “o povo sente dó da gente quando acontecem essas com a gente. Agora minha eleição que já era quase certa, passou a ser certa.”.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, julho 07, 2004

Rita


Capítulo X – Campanha Perigosa


— Filho, sabe que essa burrada que seu amigo vereador fez pode nos ser útil?
— Não vejo como.
— A Rita ficará visada. Ela será candidata a um cargo razoavelmente importante (lógico que não está concorrendo a presidente da república, mas ser vereador na maior cidade da América Latina tem o seu valor), portanto é natural que acumule adversários durante a campanha...
— Não entendo onde você quer chegar com toda essa história.
— Nunca se sabe o que uma pessoa faz por poder. Algum desses adversários dela pode ser um louco...
— Você está sugerindo que alguém tente matar a Rita? A probabilidade disso é muito pequena.
— Eu sei, mas se acontece alguma coisa com a moça, mesmo que não tenha sido nenhum adversário a suspeita vai cair sobre quem?
— A senhora está ficando maluca. Querer afastar a Rita do papai mandando ela para longe é uma coisa, matar é outra. Eu jamais te ajudarei nessa sua idéia.
— Então eu terei que fazer tudo sozinha.
— Se acontecer alguma coisa de errado não diga que não avisei.
A loucura de Silvana era cada vez maior. Ela era capaz de TUDO por ciúmes... e matar faz parte de tudo.
***

Por menores que sejam, as campanhas sempre são caras e candidatos jovens como Rita sempre têm muita dificuldade para mantê–las. Entretanto o caso de Rita era totalmente diferente, recebia apoio de todos os lados, afinal seu padrinho político era o melhor que alguém que quer ser vereador em São Paulo poderia ter. Além disso Geraldo investiu muito na candidatura de sua amada e usou de sua influência para que outros amigos bem de vida também ajudasse a jovem a se eleger.
Apesar da dificuldade financeira ter sido vencida, Rita enfrentou um outros problemas: pertencia a chapa do atual prefeito que era muito criticado e, para piorar a situação, os adversários faziam a moça perder votos lembrando de sua inexperiência. Seria muito complicado vencer essas barreiras, contudo a moça e todos os seus amigos estavam dispostos a enfrentar qualquer coisa, desde que o resultado final fosse a vitória.
Esses problemas, para o desespero de Silvana, acabaram por aproximar ainda mais Rita e Geraldo. Agora ele passava dias e noites no comitê da campanha da ex–funcionária e não tinha mais tempo para dar atenção para a mulher. O casal estava cada vez mais distante, porém, de maneira inversamente proporcional, Geraldo e Rita ficavam mais próximos.
Cada vez mais Silvana amaldiçoava o dia em que seu filho chegou com a infeliz idéia de fazer de Rita alguém importante. Quanto mais importante a ex–garçonete ficava, mais próxima era a ligação entre ela e Geraldo. Silvana estava disposta a acabar com a proximidade entre seu marido e Rita, mesmo que para isso fosse necessário por em prática seu plano maluco. Para isso era necessário esperar a campanha esquentar um pouco mais e só ai dar um fim na vida da rival.
***

Farei aqui uma simples notinha.
Sei que o leitor deve estar pensando: "Rita não sente falta de seu marido?". E a resposta para essa pergunta é simplesmente uma: Não! É fato notório que desde a morte de Luís a vida de Rita melhorou drasticamente e muitos já devem ter reparado que ela não é a florzinha que todos pensavam no início da história, portanto, para ela, se a vida está melhor agora, para que chorar o passado?


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, julho 02, 2004

Sherlock


Quem nunca ouviu falar de Sherlock Holmes? Acho que não há pessoa no mundo que pelo menos uma vez em sua vida não tenha escutado o nome de Holmes. Apesar de muitos saberem de sua existência e até mesmo de sua profissão, poucos sabem toda a história que se encontra por trás desse fascinante personagem.
Podemos reparar nas capas dos livros de Agatha Christie que seu nome ocupa um espaço muito maior do que a do título da obra ou até mesmo do detetive principal – somente os amantes dos livros policiais conhecem Hercule Poirot e Miss Marpel (nem me lembro mais se é assim que se escreve o nome da simpática velhinha que desvendou diversos mistérios).
Entretanto observamos o efeito inverso nos livros de Sherlock. Se fizermos uma pesquisa no mundo todo, a grande maioria das pessoas dirá conhecer o personagem, porém o nome do autor será ignorado. Isso é uma tremenda injustiça. Sir Arthur Conan Doyle criou um personagem tão interessante que ganhou vida própria. Esse homem merecia um prêmio por sua genialidade. O autor se sobressair ao personagem é normal, mas o contrário é tão raro que eu seria incapaz de citar outros exemplos.
A vida de Holmes é lotada de fatos curiosos e conhecidos, na maioria dos casos apenas daqueles que estudaram a vida do personagem. Algo que deixa todo mundo indignado quando comento é que Sherlock, nos livros escritos por Conan Doyle, jamais pronunciou a frase "Elementar, meu caro Watson". Essa frase foi criada muito tempo depois dos livros de Holmes em uma peça que fez muito sucesso em Londres.
Outro fato interessante é que a roupa e até mesmo o tradicional cachimbo curvado também não foram invenções de Sir Arthur e sim dos diversos atores que interpretaram Holmes no teatro.
Sem dúvida as histórias mirabolantes de Agatha Christie eram maravilhosas, entretanto não se comparam as de Sir Arthur Conan Doyle. Por isso uso essa crônica para corrigir um erro histórico e informar que o maior autor de livros de mistério de todos os tempo foi o inglês – tanto que até foi condecorado pela rainha – e não a inglesa.
P.S.: Não pensem que não gosto de Agatha Christie, muito pelo contrário(acabei de ler um livro dela hoje e adorei), contudo AMO as história sherlockianas.


Enviado por Gabriel H.