CRITIQUE, SUGIRA,
OPINE, ESCREVA PARA GENTE:


oscronistas@grupos.com.br


ARQUIVOS

  04/01/2004 - 05/01/2004
  05/01/2004 - 06/01/2004
  06/01/2004 - 07/01/2004
  07/01/2004 - 08/01/2004
  08/01/2004 - 09/01/2004
  09/01/2004 - 10/01/2004
  10/01/2004 - 11/01/2004
  11/01/2004 - 12/01/2004
  12/01/2004 - 01/01/2005
  01/01/2005 - 02/01/2005
  02/01/2005 - 03/01/2005
  03/01/2005 - 04/01/2005
  08/01/2005 - 09/01/2005
  09/01/2005 - 10/01/2005
  10/01/2005 - 11/01/2005
  02/01/2006 - 03/01/2006


BLOG DOS CRONISTAS

  Discutindo Política
  Três Pontinhos
  Projeto Cadmus 


LINKS

  SilvioMed
  Homem Chavão
  Grávido
  Charges
  Desafeto
  Brainstorm#9
  Farsas da Web
  Mario Prata Online
  Dia a Dia

sexta-feira, setembro 10, 2004

Acordo


Não queria hoje falar sobre política, pois creio que por conta das eleições municipais o assunto vem sendo bastante debatido nos jornais e eu gosto de falar de coisas muito novas ou muito velhas. Entretanto li uma notícia publicada hoje no site da Folha e não resisti em falar sobre o assunto.
Todos sabemos que a política brasileira (e não só a brasileira) é cheia de acordos estranhos, feitos às escuras e com os mais diversos fins possíveis. Por azar nosso e sorte dos políticos, esses conchavos não vêm a público e o povo sempre fica achando que tudo vai bem.
Não escondo de ninguém que sou tucano e é por isso que o acordo sobre o qual falarei hoje me deixou muito indignado (como diria o povão, me deixou p*** da vida). Diz o título da notícia: PT FAZ PACTO COM MALUF PARA ATACAR SERRA.
Não é possível imaginar a minha curiosidade para ler essa matéria. Assim que vi a manchete cliquei no link e assim que a página carregou comecei a ler o conteúdo da reportagem. Farei uma descrição bem por cima do conteúdo da reportagem para que meus queridos leitores não sintam tanto NOJO como eu senti. Segundo o autor da matéria (o excelente Kennedy Alencar) Maluf chegou perto de renunciar a candidatura a prefeito para não ser citado na CPI do Banestado (idéia de membros do Partido dos Trabalhadores, levada até Maluf por assessores de José Dirceu), contudo por orientação do partido do presidente Maluf não renunciou (afinal grande parte de seus votos iriam para Serra) e por fim trocou criticar o candidato tucano em seus discursos por não ser citado na CPI do Banestado.
É triste ver que um país grande e bonito como o Brasil ainda tenha gente dessa laia envolvida no poder. É triste ver que o país com o mais moderno sistema de votação do mundo (copiado até pelo povo do Norte) ainda dependa de políticos sujos e imorais. É triste (desculpem a repetição) ver que o povo ainda vota em pessoas que apesar de todas as evidencias em contrário se digam probas e honestas (isso me lembra a carta de ACM pedindo desculpas para Jorge Borhausen). Entretanto é bom ver que AINDA temos liberdade de expressão e que os jornais AINDA podem mostrar essas coisas.
Todos sabem que sonho em um dia ser político, mas notícias como essa me desanimam. Espero um dia poder, direto da tribuna do Senado, proferir um discurso mostrando essa e outras reportagens e dizendo que o Brasil mudou muito e que esta corja não consegue mais chegar ao poder (felizmente isso vem acontecendo aos poucos, afinal Maluf já perdeu seis eleições diretas e não tem muitas chances de voltar ao poder e, para sorte do povo, outros antigos grandes políticos vem sofrendo com isso também). Torçam para que eu chegue ao Senado e, principalmente, para que eu possa fazer esse discurso.


Enviado por Gabriel H.



quinta-feira, setembro 09, 2004

Folga


Pessoal,
A saga de Rita tirará uma pequena folga (pensando melhor ela já tirou, afinal essa semana já não teve capítulo) de duas semanas.
Estou fazendo isso pois a história vai entrar agora em um momento crucial (estamos muito próximos do clímax) e preciso organizar bem as idéias para que o final não fique sem graça.

Grato.


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, setembro 03, 2004

Canhoto


Hoje pensei em escrever sobre diversos temas: amor, ódio, o seqüestro na Rússia, 7 de setembro e, para variar, política. Mas optei por outro.
Faço um trabalho voluntário em uma agência dos Correios ajudando pessoas que não sabem escrever a mandarem cartas ou então auxiliando quem tiver com dificuldades para preencher formulários.
Hoje estava eu lá, quando aparece um senhor aparentando ser bem simples. Ele precisava preencher um formulário e foi pedir a minha ajuda. Logo quando comecei o preenchimento o simpaticíssimo senhor reparou que eu era canhoto e soltou a seguinte frase:
-- Eu mal sei escrever com a mão direita e você está ai escrevendo com a mão esquerda. Como pode, né?
Na hora que ouvi a frase fique chocado. Como o mundo é cruel, né? Eu pertenço a uma pequena minoria que escreve com a mão esquerda e ele pertence a uma “grande minoria” que mal sabe escrever.
Lembro-me de quando era pequeno ter escrito um texto sobre o fato de ser canhoto. Dizia que o mundo desse 1% da população não era invertido – ainda não entendo o que quis dizer com isso – e que nós não passávamos de pessoas normais. Até hoje não sei de onde tirei esse complexo de minoria, entretanto posso garantir que é bem melhor ser canhoto do que não escrever.
Segundo o “Guia dos Curiosos”, da Companhia das Letras e cujo autor não lembro o nome (se não me engano termina com Duarte, contudo não tenho certeza), estou em ótima companhia, afinal também eram canhotos:
Ayrton Senna – o maior piloto de todos os tempos
Adolf Hitler – não vamos discutir os seus atos e sim sua inteligência
D. Pedro I – aquele que nos deu esse maravilhoso feriado em plena terça-feira
Albert Einsten – o maior gênio da história
João Figueiredo – um dos que menos de orgulho em ter como parceiro de “canhotismo”
Julio César – até na velha Roma os grandes eram canhotos
Ronald Reagan – o velho presidente americano
Como podemos ver, analisando a lista acima, presidentes, imperadores e grandes inteligências eram canhotos, o que mostra que quando digo que sou uma pessoa hiper-inteligente e que um dia serei presidente não é por ser metido, contudo é porque analisei os fatos.
Apesar desse final um pouco mais bem humorado quero que essa seja uma crônica de protesto contra o analfabetismo. Rezo todo dia para não precisar mais fazer esse serviço, pois quando isso acontecer será um sinal de que a praga do analfabetismo (funcional ou não) estará acabada. E tomara também que um dia todos sejam canhotos.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, setembro 01, 2004

Rita


Capítulo XVIII – Suicídio ou Assassinato


A campainha da casa de Rita tocou e foi Geraldo quem atendeu. Na porta estava um homem alto, careca e com uma barriga típica de quem chegava aos cinqüenta anos sem praticar exercícios. Este homem se chamava Ciro e era delegado há mais ou menos trinta anos. Sua voz era grossa e ele tinha firmeza em tudo o que falava, até mesmo no simples “Boa Tarde!”. Logo Geraldo reconheceu que aquela voz que lhe cumprimentava era a mesma com quem tinha falado minutos antes e rapidamente fez o delegado entrar.
Rita observará a cena de longe e assim que viu que o delegado e um assistente já estavam acomodados apareceu:
-- E aí, doutor? Qual foi a conclusão?
-- A senhora estava certa: a morte de seu pai não foi natural. Segundo a perícia seu pai foi envenenado. Basta agora descobrir se foi suicídio ou se existe alguém envolvido nesse caso.
Assim que o delegado Ciro comentou a segunda hipótese, Rita ficou pálida. Olhava para todos os lados como se procurasse algo ou alguém que a estivesse vigiando.
-- Como assim alguém envolvido?
-- Quero dizer que seu pai pode ter sido assassinado.
No auge de seu nervosismo, Rita começou a rir.
-- O senhor só pode estar brincando. Quem mataria meu pai?
-- Não sei. São só hipóteses. Me diga uma coisa: seu pai possuía, nos últimos tempos, algum inimigo?
-- Que eu saiba não.
-- Então ele estava atrapalhando planos de alguém?
Rita novamente ficou pálida e seu nervosismo era tão claro que o delegado reparou e insistiu.
-- Parece que a senhora sabe de alguma coisa.
-- Não sei de nada. Do que poderia saber?
-- Isso não é comigo. A senhora que teria que me dizer.
-- Mas não sei de nada. E agora o senhor vai me desculpar, mas estou muito cansada e abatida e preciso descasar.
O delegado foi embora e Rita ficou sentada no sofá chorando, alheia a qualquer movimentação. Por diversas vezes Geraldo tentava conversar com a namorada, entretanto nada surtia muito efeito: Rita parecia estar em um planeta completamente diferente. De repente, a vereadora olha bem no fundo dos olhos do namorado e pergunta:
-- Você não tem nada a ver com a morte de meu pai, não é?
-- Lógico que não amor. Nem sei como você pensou em uma coisa dessas.
-- Vocês se odiavam e até o hoje eu não tenho a mínima noção do motivo, então pensei que ele poderia ser forte o suficiente para que você cometesse um assassinato.
-- O motivo do nosso ódio é passado e quero que você esqueça disso. Por maior que fosse o meu ódio pelo seu José, eu jamais o mataria por um único motivo: ele é o pai da mulher que amo.
Rita não respondeu, apenas levantou e caminhou até o seu quarto com a maior calma do mundo. Geraldo ficou na sala, preocupado com as suposições de Rita. Apesar da preocupação, Geraldo ficou muito mais calmo, pois descobriu o real motivo do nervosismo de Rita: não era ela a culpada pela morte de José, mas na verdade ficou nervosa por pensar na possibilidade de Geraldo ser o real culpado.


Enviado por Gabriel H.