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quarta-feira, dezembro 15, 2004

Rita


Capítulo XXIV – Presa


Na manhã do dia seguinte Geraldo ligou para o delegado Ciro e os dois terminaram de combinar os detalhes do plano que levaria Silvana para a cadeia. Eles não podiam perder tempo e a idéia teria que ser posta em prática naquele mesmo dia.
No fim da tarde, quando o sol já estava se pondo, a campainha da casa de Silvana tocou e, para sua surpresa, era Geraldo que estava do outro lado da porta.
-- O que você quer aqui? Descobriu que não pode viver sem a minha presença?
-- É lógico que não. Eu não vivo ao lado de assassinas.
-- Mas eu não matei ninguém.
-- É, você não matou, mas vai dizer que não tentou.
-- Eu tentei matar aquela vagabunda da sua namorada, mas foi por amor. Você é mais culpado nessa história do que eu.
-- Não fale isso. Você não tem a mínima noção do que você está falando. Você está cada vez mais louca.
-- Posso estar louca, mas estou louca de amor. Estou louca por você.
-- Não existe amor que justifique tentar matar uma pessoa.
-- Você fala isso porque nunca esteve verdadeiramente apaixonado.
-- Como você pode falar sobre meus sentimentos? Eu estou apaixonado, mas nem por isso mataria.
-- Então você não está apaixonado de verdade. Quando você me largou para ficar com a garçonete eu perdi totalmente os meus sentidos. Para mim o único modo de trazer você de volta era eliminando aquele ser intragável. Eu bolei um plano quase perfeito: ela morreria e a culpa cairia sobre o principal adversário político da vadia. Porém eu contratei um incompetente e ela conseguiu se salvar. O único morto da história foi o pobre do vereador Azevedo.
-- Você não pode dizer que essa segunda tentativa de matar a Rita também foi fruto do calor da hora.
-- E não foi mesmo. Você sabe que eu sou uma mulher de palavra e que gosto de cumprir tudo o que prometo. Um dia prometi matar a sua amante e eu tinha que cumprir. Eu tinha esse dever moral. Se ela tivesse me deixado quieta lógico que esqueceria que um dia prometi aquilo, porém você não voltou para mim. Eu não podia admitir isso!
-- Você confessaria esses seus crimes para a polícia?
-- Jamais. Nem se você me prometesse que se eu confessasse você voltava para mim.
-- Que bom, porque você não vai precisar confessar para a polícia. Você contou toda a história para mim e está tudo gravado.
Nesse momento o delegado Ciro e seus homens arrombaram a porta e entraram no apartamento.
-- Dona Silvana, a senhora está presa.
-- Se desgraçado! Eu sabia que nunca poderia confiar em você. Já fui traída uma vez, não podia deixar isso acontecer de novo. Definitivamente você não é confiável.
-- Posso não ser confiável, mas nunca tentei matar ninguém.
Tudo indicava que aquele era o fim de Silvana. Uma mulher bonita e inteligente que se rendeu ao ciúmes que sentia por seu marido e perdeu tudo o que tinha.


Enviado por Gabriel H.



quarta-feira, dezembro 08, 2004

Pessoal,
Gostaria de pedir desculpas por ficar mais essa semana sem postar o capítulo de Rita, mas hoje tenho que ir ao médico e não terei tempo de digitar o capítulo.

Abraços a todos,
Gabriel Aga


Enviado por Gabriel H.



sexta-feira, dezembro 03, 2004

Sem tema


Hoje sentei aqui na frente do computador para escrever uma crônica. Estava determinado a não falar de política, apesar de, como sempre, sentir uma coceirinha na ponta dos dedos para criticar o governo Lula ou elogiar uma ação tucana. Mas prometo ao meu amigo Marcel que dessa vez vou ficar quietinho aqui e não vou nem comentar que a prefeita Marta (PT) pediu licença do cargo justamente na época mais difícil para se governar ou então que o presidente Lula jogou papel de bom no chão ou qualquer outro comentário do gênero. Olha só eu não resisti e acabei falando.
Já que não quero falar de política e não tenho mais nada para falar, hoje farei uma crônica sem tema. Não é a primeira vez que faço isso e, se for pesquisar aqui no meu arquivo, devo descobrir que no mínimo 10% dos textos partiram de uma total falta de assunto e o pior é que a grande maioria deles também terminou sem nenhum assunto definido.
O mais legal dessa história de escrever sem assunto nenhum é que você não precisa ficar preso a nada. Posso falar do Lula (como falei no primeiro parágrafo) e logo depois comentar da beleza das flores do meu quintal (e olha que nem quintal eu tenho aqui em casa). A gente faz isso e o leitor não reclama – tudo bem que alguns param de ler o texto logo que vêem o primeiro parágrafo, porém nenhum nunca veio reclamar comigo.
É estranho imaginar, contudo até mesmo escritores dos mais consagrados utilizam essa técnica de não falar sobre nada. O que nos diferencia é que eu, por não ter nada a perder, assumo que estou escrevendo mesmo sem ter assunto e eles não. Enrolam o leitor até a última palavra, apesar de não saberem exatamente qual foi o tema desenvolvido. E para a surpresa dos autores as crônicas escritas sem pensar acabam ganhando vida própria e por diversas vezes viram até mesmo questões de vestibular. O mais engraçado é que as perguntas nas provas geralmente são: “O que o autor quis insinuar com a passagem grifada no primeiro parágrafo do texto?” Qualquer vestibulando que se preze responde a pergunta com a maior facilidade, entretanto se apresentássemos a questão aos autores, tenho certeza, eles não saberiam nem por onde começar a dissertação sobre o próprio texto.
Antes que me acusem de generalizar as coisas é bom que eu diga que nem todo texto parte do nada e chega em lugar nenhum – como é o caso desse meu -, mas afirmo sem medo de errar que todo autor já escreveu um texto assim. Acho que a única falha que cometi no texto – modesto eu, né? - foi dizer que os autores não responderiam. Sim, eles responderiam, todavia a resposta não necessariamente é a verdade, afinal o autor não quis insinuar absolutamente nada com a passagem grifada no primeiro parágrafo do texto.
E quem nunca escreveu sem saber sequer o tema que atire a primeira pedra.


Enviado por Gabriel H.