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quarta-feira, outubro 13, 2004

Rita


Capítulo XIX – Ameaças


Após a conversa com o delegado, Rita foi para o seu quarto descansar, contudo não conseguia fazer outra coisa além de pensar. Geraldo entrou e saiu do cômodo por diversas vezes e Rita sequer ouvia qualquer barulho.
Geraldo começava a ficar preocupado com o estado de sua namorada, afinal Rita era uma mulher forte e ele nunca a tinha visto daquele jeito. Não sabia sequer como agir. Tentou chamá-la por diversas vezes, porém não surtiu nenhum efeito. Como última esperança, Geraldo ligou para um médico amigo seu e implorou por uma consulta.
Dr. Miguel chegou o mais rápido possível e logo que entrou no apartamento, se dirigiu ao quarto de Rita. Fez com a moça alguns testes e em seguida disse:
-- Não vejo alternativa. Teremos que interná-la. A vereadora está em estado de choque.
-- Bem que eu desconfiei. Ela nunca tinha ficado assim antes.
-- Você sabe de algum fato que possa ter desencadeado essa situação?
-- Hoje ela teve uma conversa com o delegado que cuida do caso da morte de seu pai e ficou muito nervosa.
-- Bom. Pelo menos já temos um provável motivo. Agora chamarei a ambulância.
***
A notícia do estado da vereadora foi amplamente divulgada pelos jornais locais e Silvana logo ficou sabendo que sua arqui-rival estava internada. Pegou sua bolsa, arrumou o cabelo, refez a maquiagem e partiu direto para a clínica onde Rita estava hospitalizada.
Tentou driblar a recepcionista dizendo que era uma amiga da vereadora que queria muito visitá-la, contudo a atenciosa moça disse que não seria possível.
-- Minha querida, acho que você não tem noção do perigo em me negar um favor. Você sabia que eu sou louca? Que eu sou capaz de matar alguém? – Silvana aparentava estar completamente descontrolada.
-- Olha, minha senhora, eu não posso estar fazendo nada pela senhora. Não tenho autorização para deixar a senhora estar subindo até o quarto de sua amiga.
-- Quanto você cobra? Será que isso é suficiente? – Silvana sacou da bolsa três notas de cem reais e mostrou para a atendente.
A mocinha parou e ficou olhando para o dinheiro, lembrou-se da mãe doente que precisava comprar um remédio de R$ 270 e não tinha dinheiro para isso e não resistiu a tentação.
-- A senhora por favor pegue aquele elevador até o terceiro andar. O quarto da vereadora Rita é o 325.
-- Tinha certeza que você não me negaria esse favor.
Silvana seguiu o caminho apontado pela recepcionista e logo estava em frente ao quarto de Rita. Entrou devagar, chegou bem pertinho da rival e começou a falar com ela.
-- Eu sempre digo que ninguém pode atravessar meu caminho. Olha ai como você está e eu nem precisei fazer nada. Imagine só se eu resolvesse mover os meus pauzinhos. Você lembra aquela vez que tentaram te matar? Ah é! Esqueci que você não consegue me responder. Mas deve lembrar sim, afinal que esqueceria o dia que leva um tiro? Então não foi aquele vereador que era seu inimigo político, não. Sabe quem mandou atirar você? Olha ai, já ia esquecendo de novo que hoje eu vou fazer um monólogo. Fui eu. Euzinha da Silva. É uma pena que vaso ruim não quebra, afinal se você tivesse morrido naquele dia, o Geraldo ainda seria meu marido e hoje eu não estaria aqui gastando toda essa saliva para falar com você. Hoje quando eu vi que a destruidora de lares tava internada em estado de choque não pensei duas vezes: peguei minha melhor amiga e vim para cá. Por falar nisso deixe-me te apresentar minha melhor amiga. – Silvana abre a bolsa e pega uma arma, que aponta para Rita – Você deve estar pensando que eu não vou atirar em você, senão eu seria presa. Mas quer saber? Não quero nem saber se eu vou ser presa. Se eu já não tenho mais meu marido, para que eu vou querer continuar livre.
Silvana chega bem perto de Rita, encostando o revolver na cabeça de Rita, quando de repente entra uma enfermeira no quarto, obrigando a ex-mulher de Geraldo a esconder rapidamente a arma.
-- O que a senhora está fazendo aqui?
-- Nada não. Eu entrei no quarto errado.
-- Então saia. Essa paciente precisa ficar sozinha.
-- Desculpe.


Enviado por Gabriel H.