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quarta-feira, setembro 01, 2004

Rita


Capítulo XVIII – Suicídio ou Assassinato


A campainha da casa de Rita tocou e foi Geraldo quem atendeu. Na porta estava um homem alto, careca e com uma barriga típica de quem chegava aos cinqüenta anos sem praticar exercícios. Este homem se chamava Ciro e era delegado há mais ou menos trinta anos. Sua voz era grossa e ele tinha firmeza em tudo o que falava, até mesmo no simples “Boa Tarde!”. Logo Geraldo reconheceu que aquela voz que lhe cumprimentava era a mesma com quem tinha falado minutos antes e rapidamente fez o delegado entrar.
Rita observará a cena de longe e assim que viu que o delegado e um assistente já estavam acomodados apareceu:
-- E aí, doutor? Qual foi a conclusão?
-- A senhora estava certa: a morte de seu pai não foi natural. Segundo a perícia seu pai foi envenenado. Basta agora descobrir se foi suicídio ou se existe alguém envolvido nesse caso.
Assim que o delegado Ciro comentou a segunda hipótese, Rita ficou pálida. Olhava para todos os lados como se procurasse algo ou alguém que a estivesse vigiando.
-- Como assim alguém envolvido?
-- Quero dizer que seu pai pode ter sido assassinado.
No auge de seu nervosismo, Rita começou a rir.
-- O senhor só pode estar brincando. Quem mataria meu pai?
-- Não sei. São só hipóteses. Me diga uma coisa: seu pai possuía, nos últimos tempos, algum inimigo?
-- Que eu saiba não.
-- Então ele estava atrapalhando planos de alguém?
Rita novamente ficou pálida e seu nervosismo era tão claro que o delegado reparou e insistiu.
-- Parece que a senhora sabe de alguma coisa.
-- Não sei de nada. Do que poderia saber?
-- Isso não é comigo. A senhora que teria que me dizer.
-- Mas não sei de nada. E agora o senhor vai me desculpar, mas estou muito cansada e abatida e preciso descasar.
O delegado foi embora e Rita ficou sentada no sofá chorando, alheia a qualquer movimentação. Por diversas vezes Geraldo tentava conversar com a namorada, entretanto nada surtia muito efeito: Rita parecia estar em um planeta completamente diferente. De repente, a vereadora olha bem no fundo dos olhos do namorado e pergunta:
-- Você não tem nada a ver com a morte de meu pai, não é?
-- Lógico que não amor. Nem sei como você pensou em uma coisa dessas.
-- Vocês se odiavam e até o hoje eu não tenho a mínima noção do motivo, então pensei que ele poderia ser forte o suficiente para que você cometesse um assassinato.
-- O motivo do nosso ódio é passado e quero que você esqueça disso. Por maior que fosse o meu ódio pelo seu José, eu jamais o mataria por um único motivo: ele é o pai da mulher que amo.
Rita não respondeu, apenas levantou e caminhou até o seu quarto com a maior calma do mundo. Geraldo ficou na sala, preocupado com as suposições de Rita. Apesar da preocupação, Geraldo ficou muito mais calmo, pois descobriu o real motivo do nervosismo de Rita: não era ela a culpada pela morte de José, mas na verdade ficou nervosa por pensar na possibilidade de Geraldo ser o real culpado.


Enviado por Gabriel H.