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quarta-feira, agosto 18, 2004

Rita


Capítulo XVI – Discurso


Foi muito complicado para Rita se afastar eternamente do único homem que sempre amou, independente das brigas ou de qualquer outra coisa. Por seu pai Rita era capaz de qualquer coisa, até mesmo desobedece-lo - como fazia ao se envolver com Geraldo.
A vida sem o pai era dura, era o “velho” que sempre estava disposto a ajudá-la, independente da situação, entretanto, em uma conversa com seu namorado logo após o velório do pai, Rita descobriu que “os bons se vão, mas não é por isso que o mundo acaba. Se quem era bom morreu, o máximo que podemos fazer e seguir o seu exemplo e também ser bom”. Sem dúvida alguma essa era uma simples frase, entretanto era possível torná-la uma realidade – logicamente teria que se esforçar muito para lembrar do pai sem deixar a tristeza tomar conta, contudo era essa a sua obrigação.
Desde o dia que fora eleita vereadora Rita tinha o sonho de ser deputada e, mesmo dois anos – esses dois anos serão narrados em um capítulo próximo - após a morte de seu pai, Rita usou a imagem de José Maria para emocionar os eleitores.
“Meus caros colegas vereadores,
Todos os senhores sabem do amor que tinha (e ainda tenho) por meu pai. Todos os senhores também sabem o quanto estou sofrendo por conta da morte de meu pai. Entretanto tenho que superar isso, pois, como disse um grande amigo meu, quando morrem os bons, não temos que chorar e sim imitar seus atos.
No dia que resolvi me candidatar a vereadora, meu saudoso pai falou o seguinte: ‘Hoje você está se candidatando a vereadora, amanhã vai ser a deputada e eu ainda vou te ver prefeita’. Logicamente nunca acreditei nas previsões de meu pai, contudo ele não era homem de lançar palavras ao vento e é por isso que hoje venho a essa tribuna avisar aos meus queridos pares que serei candidata a deputada nas próximas eleições, assim como meu pai profetizou. Infelizmente não será possível ele me ver prefeita, entretanto, tenho certeza que me acompanhara por toda a minha jornada.
Muitos dos senhores e dos meus rivais políticos podem dizer que esse meu discurso falando sobre meu pai, servirá para deixar o eleitorado mais emotivo, porém nego agora e negarei para sempre. Jamais usaria a imagem de meu pai apenas para satisfazer meus desejos. Se falo sobre ele nesse discurso é porque sua imagem ainda não saiu de minha cabeça e nunca sairá. Ser filha de um homem como meu pai é um presente de Deus.
Obrigada!”
A emoção com que Rita falava de seu pai tocou todos os que assistiam ao discurso, entretanto, como Rita já previa, seus opositores diziam que a imagem de “pobre órfã” concretizando uma profecia do pai não convenceria os eleitores, pois os eleitores não eram burros e logo reparariam que “a imagem demonstrada não era nem de longe a real”.
A imagem que Rita tentou mostrar no discurso pouco importa – sabemos que ela era realmente um pouco oportunista das situações, mas também sabemos que Rita era apaixonada por seu pai – o que interessa é que a nossa ex-garçonete agora era uma candidata a deputada e que tinha grandes chances de vitória. Logicamente essa candidatura não seria sem o pagamento de nenhuma pena e antigos fantasmas, sem dúvida podem retornar graças a campanha.


Enviado por Gabriel H.