| |
quarta-feira, julho 14, 2004
Rita
Capítulo XI - Atentado
Silvana era uma mulher de palavra. Cumpria todas as suas promessas e a de acabar com Rita, com certeza, não seria esquecida.
Faltava apenas duas semanas para as eleições, Rita estava na sede de uma Central Sindical discutindo com trabalhadores o assunto do emprego. Justamente por ter ficado tanto tempo sem emprego, Rita tinha esse assunto como primordial para sua campanha.
Durante esse debate, enquanto Rita apresentava seu principal projeto, um homem levantou de seu lugar e correu para Rita dizendo:
-- Candidata, eu sou seu fã, me deixe chegar perto da senhora.
Rita, como sempre muito simpática, disse que aquele não era o momento certo para tietagem, mas que assim que o evento terminasse ela conversaria com o homem. Para a surpresa de todos, de repente, a estranha figura que tentará se aproximar da candidata puxou uma arma e iniciou uma série de disparos contra Rita. A Polícia Militar, que fazia a segurança do local, logo dominou o louco, que insistentemente começou a gritar:
-- EU SOU HOMEM DO AZEVEDO! EU SOU HOMEM DO AZEVEDO!
Azevedo era um vereador da capital que já estava em seu sexto mandato. Era conhecido por amar o poder e eliminar, de um jeito ou de outro, todos os seus adversários. Durante a campanha - para sorte de Silvana - durante um debate na TV com os candidatos a prefeito, Carlos Azevedo se encontrou com Rita - os dois estava entre os assessores de seus respectivos candidatos a prefeitos - e iniciaram uma longa discussão. A briga só terminou quando a jovem candidata disse para o veterano vereador:
-- Seus dias de poder estão chegando ao fim. Provavelmente o povo não te põe mais na Câmara Municipal. Eles querem sangue novo. E se por um golpe do destino você se eleger, não vai nem chegar no final do mandato. Vai morrer antes. Você já está velho e o diabo já preparou o seu quartinho no inferno.
O velho Azevedo estava doente - ele escondia de todos, entretanto era fácil reparar que estava fraco e debilitado - e tocar no assunto morte, para ele, era algo muito doloroso. Sabia que a previsão de Rita estava certa e, que por mais que se elegesse, as chances de chegar ao final do mandato eram mínimas.
Para o azar do vereador, algum jornalista ouviu a briga e publicou em um grande jornal. Se isso não tivesse acontecido, talvez Silvana nunca conseguiria arranjar pretexto para o atentado contra Rita.
Assim que soube que o louco que tentará matar sua mais nova inimiga havia dito que estava sob suas ordens, Carlos Azevedo não agüentou, começou a passar mal e morreu, horas depois, no mesmo hospital onde Rita estava internada.
Por uma inegável sorte do destino, nenhum dos quatro tiros que atingiram Rita foram fatais. Seria uma recuperação complicada, contudo o risco de morte era pequeno. Apesar do acontecimento que quase a levou a morte, a candidata estava feliz, segundo ela, “o povo sente dó da gente quando acontecem essas com a gente. Agora minha eleição que já era quase certa, passou a ser certa.”.
Enviado por
Gabriel H.
| |