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quarta-feira, julho 07, 2004
Rita
Capítulo X – Campanha Perigosa
— Filho, sabe que essa burrada que seu amigo vereador fez pode nos ser útil?
— Não vejo como.
— A Rita ficará visada. Ela será candidata a um cargo razoavelmente importante (lógico que não está concorrendo a presidente da república, mas ser vereador na maior cidade da América Latina tem o seu valor), portanto é natural que acumule adversários durante a campanha...
— Não entendo onde você quer chegar com toda essa história.
— Nunca se sabe o que uma pessoa faz por poder. Algum desses adversários dela pode ser um louco...
— Você está sugerindo que alguém tente matar a Rita? A probabilidade disso é muito pequena.
— Eu sei, mas se acontece alguma coisa com a moça, mesmo que não tenha sido nenhum adversário a suspeita vai cair sobre quem?
— A senhora está ficando maluca. Querer afastar a Rita do papai mandando ela para longe é uma coisa, matar é outra. Eu jamais te ajudarei nessa sua idéia.
— Então eu terei que fazer tudo sozinha.
— Se acontecer alguma coisa de errado não diga que não avisei.
A loucura de Silvana era cada vez maior. Ela era capaz de TUDO por ciúmes... e matar faz parte de tudo.
***
Por menores que sejam, as campanhas sempre são caras e candidatos jovens como Rita sempre têm muita dificuldade para mantê–las. Entretanto o caso de Rita era totalmente diferente, recebia apoio de todos os lados, afinal seu padrinho político era o melhor que alguém que quer ser vereador em São Paulo poderia ter. Além disso Geraldo investiu muito na candidatura de sua amada e usou de sua influência para que outros amigos bem de vida também ajudasse a jovem a se eleger.
Apesar da dificuldade financeira ter sido vencida, Rita enfrentou um outros problemas: pertencia a chapa do atual prefeito que era muito criticado e, para piorar a situação, os adversários faziam a moça perder votos lembrando de sua inexperiência. Seria muito complicado vencer essas barreiras, contudo a moça e todos os seus amigos estavam dispostos a enfrentar qualquer coisa, desde que o resultado final fosse a vitória.
Esses problemas, para o desespero de Silvana, acabaram por aproximar ainda mais Rita e Geraldo. Agora ele passava dias e noites no comitê da campanha da ex–funcionária e não tinha mais tempo para dar atenção para a mulher. O casal estava cada vez mais distante, porém, de maneira inversamente proporcional, Geraldo e Rita ficavam mais próximos.
Cada vez mais Silvana amaldiçoava o dia em que seu filho chegou com a infeliz idéia de fazer de Rita alguém importante. Quanto mais importante a ex–garçonete ficava, mais próxima era a ligação entre ela e Geraldo. Silvana estava disposta a acabar com a proximidade entre seu marido e Rita, mesmo que para isso fosse necessário por em prática seu plano maluco. Para isso era necessário esperar a campanha esquentar um pouco mais e só ai dar um fim na vida da rival.
***
Farei aqui uma simples notinha.
Sei que o leitor deve estar pensando: "Rita não sente falta de seu marido?". E a resposta para essa pergunta é simplesmente uma: Não! É fato notório que desde a morte de Luís a vida de Rita melhorou drasticamente e muitos já devem ter reparado que ela não é a florzinha que todos pensavam no início da história, portanto, para ela, se a vida está melhor agora, para que chorar o passado?
Enviado por
Gabriel H.
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