CRITIQUE, SUGIRA,
OPINE, ESCREVA PARA GENTE:


oscronistas@grupos.com.br


ARQUIVOS

  04/01/2004 - 05/01/2004
  05/01/2004 - 06/01/2004
  06/01/2004 - 07/01/2004
  07/01/2004 - 08/01/2004
  08/01/2004 - 09/01/2004
  09/01/2004 - 10/01/2004
  10/01/2004 - 11/01/2004
  11/01/2004 - 12/01/2004
  12/01/2004 - 01/01/2005
  01/01/2005 - 02/01/2005
  02/01/2005 - 03/01/2005
  03/01/2005 - 04/01/2005
  08/01/2005 - 09/01/2005
  09/01/2005 - 10/01/2005
  10/01/2005 - 11/01/2005
  02/01/2006 - 03/01/2006


BLOG DOS CRONISTAS

  Discutindo Política
  Três Pontinhos
  Projeto Cadmus 


LINKS

  SilvioMed
  Homem Chavão
  Grávido
  Charges
  Desafeto
  Brainstorm#9
  Farsas da Web
  Mario Prata Online
  Dia a Dia

quarta-feira, junho 02, 2004

Rita


Capítulo V – Não tenho namorado


— Que tipo de problema?
— Não me sinto a vontade para dizer...
— Então você veio aqui só para me deixar nervoso?
— Não é isso! Eu vim aqui para pedir que você converse com o Mauro.
— Como eu posso conversar se não sei qual é o problema que ele tem?
— Fale com ele sobre sexo, garotas, essas coisas que você entende bem.
— Ele está namorando?
— Mais ou menos.
— Então não se preocupe... isso é normal. O Mauro só tem 14 anos, está mesmo na idade de namorar.
— Eu sei disso e até concordo com você. Mas o normal é que ele namore meninas.
— O que você quer dizer?
— Exatamente o que você entendeu. Eu acho que o Mauro é gay.
— Mas não pode ser. Ele faz tanto sucesso entre as meninas.
— Elas gostam dele, mas ele não gosta delas.
— Sai... eu preciso ficar sozinho.
Silvana saiu e Geraldo ficou sozinho, pensativo. Como ele deixará seu filho se tornar um gay? Sempre tomou o máximo de cuidado com o menino. O educou para que se tornar - se um HOMEM.
Depois de muito pensar pegou o telefone e discou o número do celular de Mauro. Desistiu. Pegou novamente o telefone. Tomou coragem. Respirou fundo. E ligou.
— Alô! Filho?
— Sou eu, pai. Pode falar.
— Você pode vir aqui no meu escritório.
— Posso sim pai. Quando sair do colégio ao invés de ir para casa eu vou para aí.
— Ótimo.
Desligou o telefone. Geraldo pegou uma foto de seu filho que tinha sobre a mesa, começou a chorar e só parou depois de guardar o porta-retratos.
***

O relógio da Lanchonete Silva marcava duas e meia quando passou pela porta um belo menino, com cabelos lisos e castanhos, olhos da mesma cor, algumas espinhas na cara que davam até um charme. Todas as meninas que estavam lanchando não conseguiam tirar os olhos. Aquele rapaz era muito bonito e além de tudo rico. Um dia administraria aquela fábrica de dinheiro onde acabara de entrar.
Dirigiu-se para o escritório do pai, bateu na porta e entrou assim que o pai permitiu.
— O senhor queria falar comigo?
— Sim. Entre e sente-se.
— Pode falar.
— Meu filho, me diga uma coisa. Como vão as garotas? Os namoros? Essas coisas...
— Nunca namorei de verdade. Já tive uns rolinhos por aí, mas nada muito sério.
— Sei como é. Eu também era assim quando tinha a sua idade.
— Imagino. Conheço sua fama. Apesar de hoje o senhor estar mais calmo, sei que quando era novo você adorava namorar.
— Tenho mais uma coisa para te perguntar, porém não sei como entrar no assunto.
— Seja direto. - Mauro podia perceber que o pai iria falar algo que não lhe agradava nem um pouco.
— Então serei. Filho, você é gay?
— Por que está me perguntando isso?
— Sua mãe me disse que tem fortes suspeitas que você não goste de garotas...
— Ela mexeu no meu diário. Eu não admito isso. - Mauro esta claramente nervoso - Tudo bem. Eu sou gay. E aí? Que é que tem?
— Fique calmo! Eu sei perfeitamente o que é isso. Assumo que fiquei chocado quando soube, mas pensei muito e não vou te reprimir. Eu sei o que esse tipo de repressão pode fazer com a cabeça de um jovem.
— Que bom que o senhor não vai reprimir. Mas e a mamãe?
— Isso é com ela. Eu não posso mexer com a cabeça dela. Mas agora me mate uma curiosidade. Preocupação de pai, sabe como é, né? Você tem algum namorado?
— Não, pai.
— Fico feliz em saber.


Enviado por Gabriel H.